sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Desabafo

      Com o passar do  tempo  os velhos lugares e pessoas,se tornam menos receptivas,indiferentes até mesmo inóspitas.Mesmo até a lua com sua  evidência,remete apenas aos dias feios de solidão ,que vem e que tenho ainda por vir.A cada dia que encontro-me neste estado de maturação,isolo-me mais.Me fecho em meu jardim mórbido e solitário,já que os compartilham do mesmo ar,que alimenta os pulmões,não circula da mesma forma nos cérebros alheios.
    Penso  que me perco aqui,neste lugar nesta madrugada fria,quando poderia estar longe.Estar  talvez entre aqueles que figuram em um outro amplo cenário ,de mentes deslavadas destas crenças tão ridículas e banais.Oh vida, que desperdício, há tempos penso que isso seria melhor para mim,mudar-me desta terra ,mas o tempo me pede mais tempo,mais tolerância,este não é o meu maior motivo.Infelizmente sofro pelo que esses cretinos arrogantes pensam que eu não sou,julgam meus panos,tal como julgassem meu cérebro,bando de animais,esquecem de seu raciocínio.Pensa que morro,agonizo após suas pisadas,mas continuo aqui,cuspindo em suas falsas glórias.
    Assim sigo  solitário mais vivo,rotina medíocre que nestes momentos me impedem de sair desta inércia,este resto de ano  guardarei minhas energias e disposição para que o novo ano,seja mesmo o fim.
O fim desse  sentimento de culpa,culpa por perder tanto tempo querendo o melhor aqui,sendo que o melhor passou longe de estar aqui.Rotina cruel de abraços e apertos de mão ,em quem a qualquer hora pode me atravessar uma faca pelas costas,rodeado por gente que tenho que me fazer de cordial, que na verdade.Nem meu bom dia merecem.Não considere isso uma citação  a você que está lendo isso,é apenas um desabafo.
Suspirando sobre tudo o que disse até agora,penso que toda essa minha vontade de me retirar deste lugar,de modo nenhuma é precipitada,tudo dentro de uma linha de planejamento e questões de emergência,o que quero é poder tentar a vida ,longe da doçura do conforto de casa,longe de tudo isso o que não me faz pertencer.
    Desde cedo sempre me vi com cobranças,minha maturidade veio muito antes do que a idade aparenta,mesmo com o confortável e afável zelo maternal,nem digo familiar por que isso de fato,a não ser  quem me colocou neste mundo esdruxulo  e quem veio da mesma carga genética que eu,os demais sempre foram uns miseráveis.Apenas servirão de estátuas de cera que davam pitacos. Por sorte ainda mesmo sendo um misantropo por natureza consegui aliados,mas mesmo assim ainda não são o que consideraria o topo do ideal,seria talvez  até ingratidão por minha parte,mas em muitos vejo apenas tudo como uma troca de favores.Está  ai então o  motivo por eu ser tão preso e fechado socialmente.
Confiança isso existe?juro que não sei,confio em mim.Penso que isso é suficiente,contar com pessoas? as vezes penso que é melhor  contar com macacos oriundos da mata,há muitos que fazem as coisas por bem,mas há muitos que também lhe fazem o bem e pelas costas só te apunhalam.
Mesmo com tamanha facilidade para entrosamento ainda sinto uma certa dificuldade de me mesclar,não sei se são as ideias e ideais que se colidem e que fazem viver em cima de uma corda mínima de tolerância ou simplesmente existe algo de errado. 
      Até mesmo muitos dos quais me aproximo que penso que iriamos compartilhar de uma aprendizagem mútua isolam-me deixando transparecer que  de pouco minha contribuição ajudaria.Isso não é querer um prévio reconhecimento por algo.Para mim quando por boa vontade recebo algo por mais simples que seja,o recebo com muito orgulho e felicidade.
     Fácil de não se tolerar durante um certo tempo de convivência,qualquer ser humano é  por natureza uma peça suscetível,jogos da vida , ao ver a estagnação e coisas sendo aplicadas de maneira errônea,uma hora dessas, um descontentamento ou outro vem a tona,o que me difere é que eu prefiro minha sinceridade e bom senso com quem merece,com quem vejo que em seus olhos,que apenas eleva seu ego ,invés de equipará-los ao senso comum e que  fazem de minhas ideias apenas cotonete para seus ouvidos,dou lhes minha omissão,e  de brinde minha indiferença.
    Minha desconfiança e o receio das pessoas somados, fazem que o conhecimento ambíguo se é que se tem da outra parte,fique retido cada um pra si, eu de forma nenhuma correrei até eles,até poderia tentar,mas confesso que na última hora não seria viável,cobranças por minha parte,coisas que não seriam encarado por eles como de início favorecedoras.
    Penso que tudo isso que lhes digo é um egoísmo fantasiado em palavras doces e suaves,mas nem pra tanto,vivi,convivi e continuo vivendo sozinho por muito tempo,sei que a maturação da vida vai me ensinar muitas lições,mas não confio plenamente no ser humano,não sei se o meu individualismo grita mais alto, a minha cobrança comigo mesmo e com outras pessoas ,ou se apenas sou mais um incompreendido.
      O Fascínio pelo genótipo humano sempre existe,mas ao mesmo tempo que enxergo dessa forma, algo sempre deturpa essa imagem linda convertendo-a em um mórbido espectral cemitério de monstros ,corvos que querem minha cabeça.A estes digo que o coveiro não se apressará em levar,pois como dizem vasos ruins não quebram,(risos).
     Pode ser que estas minhas palavras mudem e a vida me dê novas perspectivas,olhar com outros olhos toda  a situação acima relatada,se isso se reverter em pensamentos melhores,vai  ter sido um grande avanço e poderemos rir de tudo isso e resgatar de nossas lembranças momentos mais festivos.
    Por enquanto continuo assim isolado,um fato que devo mencionar,tenho mais vida social aqui,do que fora desta simples desta caixa de textos.Então não deixem este brinquedinho quebrar.Nem me joguem no armário de de tralhas e seu maldito esquecimento.
      O tempo passa ,o frio da madrugada vem,e a infelicidade deste texto só aumenta,caindo até em um drama novelístico,mas não.Me prendo a mim,me prendo as paredes do meu pensamento as quais derrubarei.Paredes essas que não me impedem de ver a felicidade,mas que  as pessoas criam em torno de mim.Muito disso até pode ser frustração por amores e amigos,acho que momentaneamente que me vem a cabeça é isso.Dependendo da situação sou intenso, ou frio,recluso e fechado,desconfiado até de minha sombra.Mas tentarei mudar estes quesitos acima.No mais penso que não há nada a  mais a acrescentar.


Percepção.


Algumas vezes caio em mim,
As vezes me esborracho no chão,
Algumas vezes eu  nem queria ser eu,
Mas não toleraria a ideia
De ser mais uma estúpida marionete.


Olhem pra dentro de suas vísceras,
Vejam o que são,
Não caiam na maré de se deitar
Em uma cama comoda de pregos,
Sendo que você poderá optar 
Por um lençol que amenize sua dor.


A colchas  e as cobertas,
Serão indignas sem a honestidade,
Viver mediante um livro velho,
É o mesmo que usar fraldas velhas usadas.


A dança de nossas comodidades
Se faz a cada passo
Que estamos próximos do atoleiro.


Destorça  seu conceito  acéfalo,
Coloque a endorfina para circular,
Se preciso for dance,
Quando a música da vida,
For  tocada para que morra.




Espero que a leitura não tenha sido desagradável, isso foi apenas um desabafo,antes aliviar as tensões aqui, do que ao contrário do que muitos fariam socar a parede ou pegar o primeiro que viesse pela frente,ainda mais que não se paga por questões alheias.Questões próprias se resolvem assim,invés de ir direto ao que não convém,fazer supostos julgamentos simplesmente pelo calor de momentos,ficar remoendo certas questões,só agravam.Ainda não foi tudo o que queria dizer,mas penso que o bastante para uma madrugada.menos frustrações,pelo menos a cabeça se recostará mais leve ao  travesseiro  !


No mais Obrigado.


Carpem Idea.!!


Por:A.Rodrigues  ( Argoth Gothicko)



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