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Cientistas simulam formação de galáxias em espiral como a Via Láctea
Recriação do nascimento de galáxias pode revelar processos cósmicos e leis da Física. Cientistas tentam simular esse 'momento' há quase vinte anos
Simulação mostra galáxia em espiral, 13 bilhões de anos após sua formação (à esquerda). As nuvens de gás são representadas em rosa e as estrelas em azul. À direita, imagem da galáxia M74, similar à Via Láctea(Divulgação/Universidade de Zurique e Nasa)
Por quase vinte anos, astrofísicos tentaram simular realisticamente a formação de galáxias espirais como a que abriga o Sistema Solar realisticamente. Agora, cientistas da Universidade de Zurique, na Suíça, e Universidade da Califórnia, em Santa Cruz, nos Estados Unidos, conseguiram fazer um modelo convincente do processo. Entre os resultados obtidos com o trabalho, estão informações de que estrelas devem pontilhar a região além da borda da Via Láctea.
Glossário
- Galáxias – Por mais surpreendente que pareça, a definição do que é uma galáxia não é consenso entre os astrônomos. Mas a maioria concorda que o 'amontoado' de estrelas, planetas e nuvens de gás e poeira deve obedecer a alguns critérios: presença de estrelas próximas pela ação da gravidade; sistema estável; diversidade de estrelas, influência da matéria escura e dominância em relação aos ambientes que estão próximos.
- Galáxia-anã – As galáxias podem variar de tamanho e de forma. A Via Láctea, por exemplo, é uma galáxia espiral porque possui 'braços brilhantes' — um disco —circundando o núcleo. Mas há galáxias elípticas (com formato esférico), galáxias espirais barradas (cujos 'braços' se estendem a partir de uma barra central de estrelas) e galáxias irregulares. Ao que tudo indica, a maioria das galáxias no universo é menor do que a Via Láctea, com diâmetro de 100.000 anos-luz. Mas não é por isso que algumas são chamadas de galáxias anãs. Na verdade, é a quantidade de estrelas que determina a classificação.
- Big Bang – A teoria mais aceita atualmente aponta que o universo foi formado quando uma violenta explosão ocorreu por volta de 14 bilhões de anos atrás. Toda a massa do universo estava então contida em um ponto minúsculo do espaço, menor que uma bola de tênis, de densidade extremamente alta
- Matéria escura – Material invisível proposto por cientistas para explicar o comportamento do universo. Exerce influência sobre o material visível por causa da gravidade, mas não emite radiação
O objetivo de simulações como essa é avaliar com precisão processos e leis da Física, superando os entraves causados por dados conflituosos obtidos por meio de observações astronômicas. Todas as tentativas anteriores de recriar a formação de galáxias espirais falharam em ao menos dois pontos: a galáxia tinha muitas estrelas em seu centro ou a massa de todas as estrelas era excessiva. Por esse motivo, a nova simulação foi nomeada como Eris, o deus grego que simboliza a discórdia.
A nova simulação remete ao que deve ter ocorrido menos de um milhão de anos após o Big Bang, explosão que teria originado o universo por volta de 14 bilhões de anos atrás. Naquele período, muitas galáxias se fundiram rapidamente. Com o passar do tempo, a união de gases e galáxias anãs(veja glossário) passou a ocorrer de forma mais lenta.
Pela simulação, para que a galáxia em espiral se forme, nuvens de gás frio extremamente denso devem formar as estrelas ao redor do bulbo central. A formação e distribuição das estrelas, contudo, não ocorre uniformemente, mas em aglomerados que se juntam ao disco. Isso resulta em um aumento de calor considerável, abastecido pela explosão de supernovas. A matéria visível é dispersa de forma que o centro não acumule muita massa. O resultado é a formação de estrelas com massa equivalente às massas observadas na Via Láctea.
O modelo também permite avaliar como a matéria da galáxia se distribuiu em formas espirais. Supõe-se que o universo seja feito de três componentes principais: a matéria visível (responsável pelos planetas, estrelas e tudo o que pode ser visto pelo homem), matéria escura e energia escura (veja glossário). A matéria visível seria responsável por apenas 5% do cosmos. A matéria escura, por sua vez, influenciaria o movimento de nuvens de gás e poeira por meio da gravidade de uma massa 'invisível'. A energia escura, finalmente, corresponderia a mais de 70% do universo, sendo responsável pela expansão das galáxias. Supunha-se que na Via Láctea a proporção de matéria visível para matéria escura fria — um tipo de matéria escura — fosse de um para seis, mas os pesquisadores agora indicam que deva ser de um para nove, ao menos na parte mais externa de seus 'braços'.
FONTE: Revista Veja (Coluna Ciência)
Vide Aqui>http://veja.abril.com.br/noticia/ciencia/cientistas-simulam-formacao-de-galaxias-em-espiral-como-a-via-lactea
Vide Aqui>http://veja.abril.com.br/noticia/ciencia/cientistas-simulam-formacao-de-galaxias-em-espiral-como-a-via-lactea
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