Esta o moribundo sob a luz do candelabro,
Esta o velho cansado chorando as magoas do passado,
Esta o velho coitado chorando realizando as suas preces.
O moribundo após labutar a vida toda,
Colocou sua melhor roupa e foi a igreja realizar sua oração,
De joelhos ao chão desolado olha para o crucifixo.
Ele pensa na graça,
O vento sopra ....
O homem pensa que é graça de Deus, pobre homem.
Foi recomendado que fosse ao médico, procurasse ajuda,
Mas o velho relutante dizia: Deus irá me curar, ele há de me amparar,
Fui coroinha, ajudei na missa e nunca de nada ele me deixou faltar.
Pobre homem que ajoelhado perante a imagem da santa,
Quase já não anda e a voz quase já não sai da garganta.
O velho homem com dificuldade volta para casa,
Com seu simplório chapéu, apreciando o firmamento,
A beleza da noite escura com bilhões de estrelas no céu,
A Lua de tão bela emociona os olhos daquele homem.
O velho chega em casa, já solitário
Sua companheira de anos já havia falecido também do peito adoecido.
Sua companhia agora é o velho altar
Homem que viveu por anos próximo ao mar,
Por ironia fora o coveiro que sepultou sua própria esposa.
Dias passam o velho homem sob a luz do candelabro chora,
Já não consegue mais se movimentar, consegue apenas se arrastar.
A agonia do peito aumenta e o questionamento a cerca da fé o atormenta.
Pobre homem já quase descrente com o peito descontente
Grita, chora e continua a clamar mas não vem socorro algum.
O velho pergunta: Onde esta Deus? Onde esta Deus?
Por que ele me permite que tamanha desgraça se abata sobre mim?
Derradeiramente o velho se arrasta até a porta, neste instante nada mais importa
Mas em um crucial segundo, nem mesmo um minuto
A queda ocorre, o velho então morre.
Caído sobre os seus próprios braços, pobre velho ....
Poucos dias após foi encontrado com o crucifixo na mão, não foi salvo.
Pobre velho a fé não o salvou.
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