Eu aqui, muito falo de questões pertinentes a crença e a descrença na maioria das postagens, mas falar mesmo sobre a Subcultura Gótica aqui pouco falo. Já por diversas vezes me perguntaram sobre isso dizendo: Mas não é uma contradição ser gótico e ser ateu?
Contradição pois, o gótico ele tem como característica o "espiritual" muitos conceitos de obscuridade, fantasia e demais peculiaridades, estes que vejo mais como clichês, muito deles esteriótipos criados por uma mídia que deturpa o belo e o faz parecer estranho, bizarro e anormal. Mas tentarei nesta postagem explicar certas coisas, evidentemente falando por mim e não generalizando, pois há sempre quem vá discordar ou tem um outro posicionamento com relação a isso.
O gótico e o ateu, se distanciam e se aproximam nos seguintes pontos, enquanto o gótico tem essa faceta muito das vezes negativista, o ateu ele é mais realista, sabe que não vai ter nenhuma força sobrenatural que irá socorre-lo na hora de seus apuros. Ser gótico é ver dentro do lado negativo de tudo uma faceta positivo. A impressão dos góticos que se tem de serem depressivos é passado por suas obras, por sua teatralização e até mesmo pelas vestimentas, pois o preto em si ele é uma cor que remete ao luto, deixando claro que góticos não usam somente preto, há sempre quem faça variações de cores e tons como vermelho, roxo,branco.
E muito do modo de ver o lado positivo no negativo, se aproxima muito do realismo das coisas, do racionalismo livre de forças espirituais que os ateus tem, o gótico em si ele é um cético romântico olhando por essa ótica,descontentar se com o que é injusto,indignar-se de um modo refinado, e de certa forma obscuro. Muito do lado fantasioso e espirituoso funcionam mais como alegoria.
O que permite isso é o fato de a Subcultura Gótica é laica, ou seja tem implícita conceitos humanistas.Apesar do gosto pelo mórbido, ou seja tudo aquilo que é pertinente a morte, pois tanto o gótico quanto o ateu, sabem que a morte é o algo inevitável, o conceito de pós morte, é apenas elementos que aguçam a imaginação, criam o que é fantasioso. Pois muito se especula sobre isso falando no conceito espiritual, enquanto sabemos que quando a vida se extingue, coisas como vida eterna é apenas invenção humana, um modo de demonstrar sua paixão pela vida, até mesmo após a morte. Até por que é algo aconchegante pensar que não passamos aqui por este planeta em vão, que somos especiais e com um sentindo, sendo que o sentido da vida é necessariamente viver, você escolhe o destino que sua vida tome, através de escolha e ações.
Pois então eu não vejo tudo isso como uma contradição, e quando se fala em Subcultura Gótica, sub entendesse que é um movimento cultural dentro de outra cultura, ou seja um segmento de pensamentos, gostos e arte dentro de uma sociedade, ou seja grupos sociais, para exemplificar mais vou usar o termo "Tribos Urbanas" que define de certa forma isso. Tal como os hippies, os Punks, os headbangers etc.
Com relação a religiosidade, a subcultura por ser laica, ser religioso ou não isso não vai ser fator que interfira, pois é sabido que existem góticos cristãos, judeus, budistas, umbandistas, wiccanos, e também nos ateus. Essa escolha de crer em deuses ou não é algo muito pessoal e particular, e de modo nenhum a subcultura gótica é dogmática e muito menos uma seita, como muita gente afirma , para começo de conversas, justamente partido do conceito de laicidade da subcultura
E sobre esta subcultura, ela está sempre em transformação, assimilando elementos, o movimento gótico, começou a partir de um descontentamento de alguns vanguardistas, com características vindos de diferentes grupos, tal como os Punks, a termologia começou a ser aplicada no fim dos anos 70 para os anos 80, e tiveram pessoas que marcaram bem essa personalidade e até hoje são ícones dentro do estilo, muitos conceitos de arte foram absolvidos por essa subcultura e por isso pode se encontrar arte em diversas formas de expressão, seja ele na literatura, na música, nas pinturas, em construções (arquitetura).
Na música algumas bandas dos anos 80: Joy Division, The Sisters Of Mercy, The Cure, Bauhaus, Siouxsie And The Banshees.
Na Literatura ( Poesia) Edgar Allan Poe, Byron, Alvares de Azevedo, Castro Alves, Augusto dos Anjos, Anna Rice...
No cinema: Nosferatu, Drácula, O Corvo, Labirinto do Fauno, Entrevista Com O Vampiro, A Rainha Dos Condenados, Edward Mãos De Tesoura, O Estranho Mundo De Jack.
Espero que tenha sido de certa forma esclarecedor, embora eu o pudesse fazer mais longo, tentei ao máximo reduzir para que ficasse mais breve.Qualquer dúvida estamos aqui.
Atenciosamente.
A. Rodrigues.
Não é algo proibitivo na minha opinião mas vai dar forma que a pessoa encara essa "subcultura" se ela leva ao extremo ou tem seus próprios pensamentos a respeito do que é "ser gótico"
ResponderExcluirEu pessoalmente não tenho muitos conhecimentos sobre essa cultura apesar de ouvir e curtir algumas banda e usar muito preto e ser adepto da "realidade" assim como os Ateus geralmente fazem mas sempre tendo uma perspectiva negativa das coisas..
Sim com certeza, a subcultura não proíbe nada, o gótico em si ele é adepto por identificação, e não por padronagens. Você está corretíssimo, quem leva detalhes tão ao extremo assim, é mais passível até de entrar em contradição, uma vez que o gótico é um livre pensador, então não vejo nenhuma obrigação em seguir padrões, dogmas ou esteriótipos, mas evidentemente que quando você está implícito em uma ideia, você vai acabar usando de algo, que vá remeter ao que você está incluso, e isso não é regra geral. Sim sim, esta certa "negatividade" em até certo ponto, é sim uma das bases do que é ser realista, isso olhando pelo lado racional, sem essa de espiritualidade. No mais nada a acrescentar, obrigado pelo comentário que por sinal foi muito pertinente, qualquer coisa estamos ai. Abraços
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