Sem idéias, sobre nada tenho a escrever, escrevo agora apenas o que me vier á mente.
Embriagando-me nesta madrugada estou, enquanto escrevo estas palavras. A bebida amarga, se torna a mais doce.Os venenos corrosivos ao estômago, me entorpecem.
A nostalgia vem, os dias passam.. e velhas lembranças amareladas de ontem, me assombram...
por alguns instantes recordo de uma felicidade mais simples ainda.Os dias passam e sinto a morte mais próxima.Estranho um jovem dizer isso, mas nem tanto... a morte não queremos, mas não sabemos quando assim tão claramente quando iremos morrer, e isso se agrava pois sabemos, que lendas pós vida, são meras fábulas e contos doentios de recompensa podre.. tudo inexistente. Deixo o meu lamento insignificante sobre a tundra dos pensamentos ou mesmo sobre a rocha, vislumbrando o oceano de ideias, sem nenhum vento que me encontro neste momento, abraçando o meu "nadismo" e minha consciência.
A casa de minhas tias, a árvore da infância, o velho banco, o quarto e a janela, a cozinha e o seu rústico fogão, as delícias que me lembro das noites em que a luz se esvaia, e ficava o breu da noite. Formigas vermelhas que beliscando ficavam meus pés, desavisado caminhando descalço sobre a grama.Chorava eu sentado no banquinho removendo as cabeças presas. Tempos felizes, de reunião com a família, tempos em que tudo parecia mais alegre, talvez por uma não percepção do tempo, tudo era menos cruel.
A crença de meus familiares que vejo hoje como irracional, lembrando-me enquanto bebíamos vinho escondido.
Um simples nada.. que é incomplexo comparado ao Cosmos, bilhões e bilhões de estrelas.. da qual eu e você somos microscópicos fragmentos, pequenos e quão miseráveis.De contraponto somos também parte de uma nebulosa, parte desta galáxia, planeta, estrela, poeira simples.Isso nos engrandece, mas faz regredir e pensar que este ponto azul que outrora e ainda é estupendo aos nossos limitados olhos, é um mero nada e somos parasitas, bactérias de um acidente.Somos um acidente prejudicial a vida, destruidores se de seu lar, criadores de deuses e suas mitologias, cabresto inúteis, aos que disso dependem.
Nestes campos de concentração da vida, amarro correntes aos pés ... carregando unicamente o peso que conduzo comigo.Preciso descansar, mas o cansaço não permite, ele me cobra. Enquanto as bandas tocam o silêncio...abalando as vidraças quebradas da catedral abandonada.
A boêmia,é algo presente em vossos olhos, até poderia dizer nos meus, não se prender a vínculos, amores e promessas, apenas desfrutar do carnal.É algo vazio mais é o melhor a se fazer, para estar apenas ludibriando o instinto natural, e cessando a desatenção.Desta forma não existe sentimento, nem culpa, nem cheiro nem dor.As meretrizes são um alento quando não se tem amor. Felicidade completa é inexistente.
A razão, supremo bem humano, no meu pensar declaro guerra e morte, ao antropocentrismo da teologia.Enquanto isso, as horas passam, e o sono da vida, me derruba sob a cama. A solidão continua a mesma, a censura arrancada de meu peito, rouba os fios da proibição, as tapadeiras caem e se vê a razão.
Deus é inexistente.
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