terça-feira, 18 de outubro de 2011

------ Madrugada da Morte.... Por A. Rodrigues _---------

Nessa madrugada solitária, venho  aqui escrever mais um dos meus. Expor o que estou sentindo neste exato momento. Ao refletir sobre a frase estamos ficando velhos, me veem a mente o pensamento como assim velhos? Somos jovens de mais para nos sentirmos assim, muitas questões implicam responsabilidade e isso não vem só,  pois o tempo é nosso maior aliado e inimigo.
O porque  de temer de se envelhecer, a morte não é cruel e nem vingativa, eu não me sinto mal em saber que vou morrer, sendo que é um algo natural que poderá vir, em virtude  da idade, decadência orgânica ou mesmo talvez outras motivações.
Há quem olhe a morte com estranheza, já que os  vários credos religiosos se distinguem dessa realidade que não é um sonho, sem tamanhas belezas e  sim com um toque de frieza para quem olha com indiferença, cuspindo nos degraus de toda a sua vida ,  que de tamanha paixão pelo imaginar , que não se coloca a pensar que invés de se situar tornando o colorido, bonito azul ou vermelho de seus anseios, enxergue de fato simplesmente o tom de pálido cinza decompondo, ou apenas um jardim mal cuidado, com  suas árvores de galhos retorcidos, que perdem suas folhas no Inverno, deste modo destruindo qualquer lenda e que por fim ,sim um algo que pode se considerar simples, como um mero do nada voltar ao nada,  ser devorado por vermes.
Quantos de nós estamos aqui hoje e amanhã seremos poeira e se quer talvez sejamos lembrados, pois tudo se esvai, as lembranças mesmo as que ficam em livros, se deterioram, acabam e ficam como sendo apenas mais um ponto insignificante, no meio de mais infinitas coisas semelhantes, mas para mim reflete um algo bonito, sem dor, sem sofrer. Um algo poético que me chega a brilhar os olhos, mas não pense que quero me entregar aos braços dela assim  tão jovem, apenas penso que quando vier, será como encontrar o  último amor.
A natureza  do ser humano é cruel, sempre acostumada as regalias, por se achar o centro de um universo, e que o mesmo se expande, e torna o ser humano mais fútil ainda. Quando decepam-se vidas,  se espalham e separam mais e mais as bolinhas de gude, que tanto queríamos que não se extraviassem nas partidas da barca, mas cada qual segue até onde pode, com o tempo perde-se a força.Ou seja somos nada e nada somos, e os mitos que se criaram para compensar esta partida, são mais inúteis e obsoletos ainda, amontoados no calabouço do esquecimento por terem sido desmascarados.
Onde está  quem guarda os portões? não adianta mentir para si mesmo, não adianta rezar,muito menos pedir perdão, não há luz e muito menos túnel, você está só  e morrerá só, estará só , não existe este lugar onde os mortos possam dançar, festejar ou entoar cantos de alegria ou cantos de dor, e lamentar a escravidão terrena, ou ainda onde estejam velhos homens, uns com barcos para atravessa-lo ao outro lado.
Ficam apenas os túmulos cheios de tristeza, em breve se tornarão vazios,sem profundos abismos ou aconchegantes moradas aos olhos de cada qual acreditou toda a vida,  e que prossegue ciclo, para que possa com a corrosão do tempo, abrigar outros dos teus.
Assim a vida segue.Acostumem-se isso é a vida, logo vocês também estarão estagnados e apenas aguardando sua hora, sejam fortes hoje,aproveitem o dia. As noites escuras que a consciência não quer logo poderão chegar.
Nem tão velhos, nem tão novos, apenas no momento certo, não deixem suas crianças brincando sozinhas no parque da vida, uma hora eles caem batem a cabeça, e não terão anjos da guarda para protegê-las.
Prefiro a realidade de aceitar a morte, como uma certeza, invés de apoiar-me no que não seja, mais do que a realidade, escapando de fantasiosos delírios, que servem apenas para compensar isto.
 E pois que quando ela vier, venha bonita e elegante, enquanto os  seus sinos tocam, e que seja sua hora, não se destrate, cante essa doce canção, os violinos tocam, a sinfonia do fim da vida, sempre lhe compensará com os dizeres, vivi bem, estive vivendo, sobrevivi. Agora se vão  os ossos e todo o corpo que  se desintegra, a  toda a consciência que habitava, já se vai, junto com os últimos batimentos, descansara com o cadáver. Pessoas se vão, mas alguns atos e sementes ficam, é fundamental dar lugar ao novo.  Enquanto isso aproveitemos nossos dias.




                         Por: A. Rodrigues ( Argoth Gothicko)     

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