As vezes sonho que estou morto dentro de um caixão, as vezes cruzo as mãos sobre o peito embaixo do edredom.
Não que eu tenha pressa de morrerm, mas parece tão sereno e tão tranquilo estar morto.
Pode ser que isso se deva a maquiagem pesada ou simplesmente o cadáver que transparece ter deixado toda a agonia da existência, embalado por uma singela música de ninar.
O túmulo frio e o perpétuo desaparecer o acolhem, como um filho que volta aos braços de sua mãe.
A terra se alimenta do que dela surgiu e mostra que tudo acaba e pertence ao universo.
Se tornar o nada mas ao mesmo tempo voltar a poeira primordial.
Mórbido poema, imagino uma canção, morrer deve ser muito bom, mas por hora me contento em estar vivo.
A. Rodrigues
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